O rapaz cumprimentou o Instrutor e comunicou, espantadiço:
-Professor; não posso aceitar a sua designação para que eu seja o monitor de minha turma.
Por quê? Indagou o educador, desapontado.
-Meditei bastante e reconheci que não tenho condições para o cargo... Minhas imperfeições são maiores do que o meu desejo de servir...
-Imperfeições? Quem não as terá neste mundo? Que ideia estranha é a sua!... Se é no trabalho que liquidaremos nossos defeitos e sanaremos os nossos erros, foge você do remédio capaz de aperfeiçoar-nos?
-Eu queria possuir qualidades positivas para exaltar o bem.
-Diga-me. Quais são essas qualidades?
O jovem explicou-se, acanhado:
-Aspiro a trazer comigo os traços de Jesus; afinal, é meu sonho transformar-me num brilhante lapidado e puro, a fim de refletir a grandeza do Divino Mestre!...
-Ah! – falou o Mentor surpreendido! Compreendo, compreendo...
E fixando no aprendiz os olhos penetrantes, rematou:-No entanto, não se esqueça você de que o brilhante formou-se do carvão considerado desprezível... Por milênios e milênios sofreu o peso do solo e dos detritos que oprimiam, acabando por asilar-se numa cascalheira por tempo longo... Por fim, rudemente ferido, pelos instrumentos do burilador, veio a ser a joia preciosa...
O diálogo terminou e entendemos que não é preciso que no dia seguinte o rapaz ostentava na lapela o distintivo do monitor em ação, junto de extensa turma dos colegas que lhe dedicavam justa e constante admiração.
Extraído do livro A semente de mostarda
Psicografado por Francisco Cândido Xavier - Espírito Emmanuel
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