sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Presença Divina

Um homem, ignorante ainda das Leis de Deus, caminhava ao longo de enorme pomar, conduzindo um pequeno de seis anos.

Eram Antoninho e seu tio, em passeio na vizinhança da casa em que residiam.

Contemplavam, com água na boca, as laranjas maduras, e respiravam, a bom respirar, o ar leve e puro da manhã. A certa altura da estrada, o velho depôs uma sacola sobre a grama verde e macia e começou a enchê-la com os frutos que descansavam em grandes caixas abertas, ao mesmo tempo que lançava olhares medrosos, em todas as direções. Preocupado com o que via, Antoninho dirigiu-se ao companheiro e indagou:

— Que fazes, titio? Colocando o indicador da mão direita nos lábios entreabertos, o velho respondeu:

— Psiu!... psiu!...

Em seguida, acrescentou em voz baixa:

— Aproveitemos agora, enquanto ninguém nos vê, e apanhemos algumas laranjas, às escondidas.

O menino, contudo, muito admirado, apontou com um dos pequenos dedos para o céu e exclamou:

— Mas, o senhor não sabe que Deus nos está vendo?

Muito espantado, o velho empalideceu e voltou a recolocar os frutos na caixa, de onde os havia retirado, murmurando:

— Obrigado, meu Deus, por haveres despertado a minha consciência, pelos lábios de uma criança.

E, desde esse momento, o tio de Antoninho passou a ser realmente outro homem.


Extraído do livro: Pai Nosso
Psicografado por Francisco Cândido Xavier - Espírito Meimei

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